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segunda-feira, 13 de abril de 2020

#Entrevista com a autora Eddie Van Feu

Eddie Van Feu é uma autora brasileira e bruxa. Formada em jornalismos, foi editora de jornais estudantis e também fanzines. O fanzine "Olha A Frente", após seis edições, foi parar na Editora Escala, onde a autora teve a primeira publicação esotérica produzida, uma revista sobre anjos.

Criou um Curso de Desenho com ninguém menos que Daniel Azulay, onde foi idealizadora das apostilas usadas. Além de escritora é roteirista e entre os livros publicados, há publicações de pesquisa, como a série Wicca que vendeu mais de um milhão de exemplares, e de ficção publicadas, assim como os livros de ficção 'Lua das Fadas' e 'Uma Guerra de Luz e Sombras', e a série fantásticos 'Crônicas de Leemyar' e os HQs 'Alcateia'. Roteirista e palestrante, ministrou cursos de roteiro e narrativa, assim como de magia e bruxaria.

A autora cedeu uma entrevista exclusiva para o Contos NÃO Sobrenaturais, onde falou um pouco sobre seu mais recente livro de pesquisa com foco na magia Wicca, o 'Deusas Negras'.


Contos NÃO Sobrenaturais: Na área de livros de pesquisa, é conhecida pela série de livros Wicca, o que te motivou a escrever 'Deusas Negras'?

Eddie Van Feu: Eu sempre vi muito interesse nessa área, mas nunca me senti realmente pronta. Quando senti que já estava na hora de compartilhar minha experiência com as Deusas Negras, mergulhei na pesquisa e percebi que aquele foi o livro mais difícil que já escrevi. Há algo de ancestral nele, algo que mexe com nossos sentimentos mais profundos. E, mesmo assim, ou por isso mesmo, eu o acho necessário. Não sei se algo me motivou, especificamente. Acredito que simplesmente estava na hora dessa obra nascer. Fico feliz de ter podido ter sido o canal para que isso acontecesse.

CNS: No que ' Deusas Negras' se difere dos livros da série Wicca?

EFV: A Série Wicca falava de diversos assuntos de forma leve e direta. Eu tinha que escrever uma por mês, às vezes duas. Então, eu escrevia como falava. Por isso, talvez, ela seja tão popular até hoje. 'Deusas Negras' não poderia ser baseada em uma pesquisa tão rápida, nem ter uma linguagem tão jovial. Ao menos, não foi o que senti. 'Deusas Negras' é uma obra madura, enquanto a Wicca sempre será jovem, sempre trará aquela nossa versão adolescente e inocente. Acredito que a maior diferença entre eles é que qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, esteja pronta para ler qualquer uma das 63 revistas da série Wicca. Mas nem todos estarão prontos para ler 'Deusas Negras'.

CNS: No livro há um comentário seu sobre parte do processo de escrevê-lo, podia falar um pouco sobre isso e de como foi o trabalho de pesquisa?

EVF: Foi puxado! Não tem muito material nacional sobre o tema. O pouco que eu encontrei era horrível, um texto horroroso que dava vontade de morrer. O jeito foi pesquisar em livros estrangeiros e peguei muitas pesquisas de universidades, teses e documentos históricos. Hécate é uma deusa antiga demais, foi literalmente um trabalho de arqueologia estudar sobre ela. Esse era um livro que requeria atenção, profundidade e conexão. Eu demorei bastante, dentro do meu ritmo naturalmente rápido, para terminar esse livro. Fiquei feliz quando terminou e eu percebi que tinha alcançado o que desejava.

CNS: Pretende escrever outros livros do tipo?

EVF: A princípio, não. Tenho uma lista razoável de livros para serem escritos e não sinto no momento nenhum chamado para retornar a esse universo. Mas eu sou um canal. Se a mensagem precisar ser passada, farei o possível para fazê-lo.

CNS: E quanto aos planos para o futuro, pretende continuar a editar outras Wicca e publicando pela Editora Linhas Tortas?

EVF: Não, as Wiccas foram ótimas, adorei fazê-las e gostaria que tivessem continuado. Mas, infelizmente, a distribuição matou a Wicca. Ela nunca parou de vender, sempre teve um público fiel e até hoje eu recebo pedidos para retomar a série ou reimprimir as que já existem. Então, eu explico o que vou explicar agora. Não tem como fazer as Wiccas como elas eram, coloridas, com 170 páginas, a Cinco Reais, na banca da esquina. As bancas estão morrendo, a distribuição não existe, e se a Linhas Tortas a fizesse, seria um livro, preto e branco, a 35,00, como foi a última edição, 'A Magia das Pirâmides'. Ao mesmo tempo, eu estou em outro momento, preferindo me aprofundar em temas e fazer livros mais completos sobre um único tema. Para não deixar o pessoal triste, as Wiccas estão sendo postadas na Amazon, como e-books, e eu continuarei escrevendo sempre tanto livros de ficção quanto de magia, e espero que os fãs da Wicca possam dar chance a essas obras, que possuem várias das qualidades das revistas, e só não estão no mesmo formato.  A Série Wicca foi fruto de uma época. As pessoas sentem falta dessa época. E por isso sentem falta da Wicca. Fico feliz que ela esteja sobrevivendo ao tempo. Muitos leitores muito jovens aparecem no meu facebook porque leram Wiccas de suas mães ou pais. Acho isso incrível!

NOTA: O Contos NÃO Sobrenaturais já conferiu o livro 'Deusas Negras' e recomenda. (Clicar AQUI para ler a resenha.)

Leia+: #LiteraturaNÃOSobrenatural
Leia também: RESENHAS SOBRENATURAIS DA EDITORA LINHAS TORTAS


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