'No Mundo de 2020' (Soylent Green, 1973) é uma ficção científica de terror, que se passa em um futuro distópico, a qual foi inspirada no livro do autor norte-americano Harry Harrison, 'Make Room! Make Room!', uma publicação de 1966, que não foi traduzida para o português e não tem nenhuma versão brasileira, a qual mostra uma previsão bem aterrorizante do mundo na década de 2020.
Com direção de Richard Fleischer e roteiro de Stanley R. Greenberg, 'No Mundo de 2020' inicia sua história no ano de 2022, mostrando um planeta superpovoado. A cidade de New York, nos Estados Unidos, onde se passa a história, possui mais de 40 milhões de habitantes que além de terem que viver amontoados, sofrem com o efeito estufa que aumentou a temperatura da Terra e acabou com a flora e fana.
O calor é insuportável e o alimento cada vez mais escarço por conta da superpopulação mundial. Porém ainda há uma pequena parcela dessa população que vive no luxo, em residências projetadas em ricos condomínios. Homens que junto com a ostentação de suas casas, também possuem mulheres jovens e belas como parte da mobília. E é quando um desses homens privilegiados é morto que as coisas começam a sair do controle, já que se trata de um empresário das indústrias Soylent Corporation, a qual é responsável pelo surgimento de uma alimento industrializado, o chamado Soylent Green, tablete verde, que passou a ser a melhor solução para alimentar o povo faminto, por ser a base de algas.
Porque ao mostrar os mais de 40 milhões de habitantes de uma única cidade no mundo, 'No Mundo de 2020' pega pesado nas críticas, revelando não só o fim da flora e fana do planeta, mas o quanto seria difícil alimentar essas inúmeras pessoas, a maioria pobre e também desempregada, ainda mais quando os ricos continuam a ter acesso a comida de verdade, como frutas, e aos recursos essenciais, como água potável.
Assim o assassinato leva o investigar Thorn (Charlton Heston) da polícia de New York ao luxuoso apartamento do empresário morto, o qual aproveita a investigação para desfrutar das mordomias do lugar, como lavar as mãos com água da torneira ou beber e comer comida que não é um tablete verde. Luxos que nem policiais podiam pagar.
O roteiro do filme não é só de uma ficção científica que tenta prever o futuro de uma forma devastadora como toda boa distopia, trata de uma trama cheio de críticas que começam no efeito estufa, passando pela poluição desmedida do planeta e sem deixar de falar dos agravantes fatores que geral a pobreza e a superpopulação, o que leva ao esgotamento dos recursos naturais.
Mesmo sem acertar no quesito previsão do futuro, é uma produção que faz pensar com suas críticas, mas sem deixar de lado a principal proposta, a de ser um bom terror psicológico. Porque no decorrer das investigações de Thorn, o espectador vai descobrindo mais do que pretendia, assim como o investigador de polícia. Uma aterrorizante trama de assassinato envolvendo política e ganância.
A produção segue o estilo dos filmes da época, tanto em relação a fotografia, com na velha e boa direção de arte. Tendo a atuação impecável de Charlton Heston, que além de ter no currículo produções de sucesso, como 'Ben-Hur' (1959), o ator também é conhecido por vários trabalhos de ficção científica, como 'O Planeta dos Macacos' (1968).
O filme 'No Mundo de 2020' encontra-se no catálogo da Darkflix, em versão legendada.
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